quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Resumo - Sociologia no Brasil

Cristina Costa - Sociologia - Introdução à ciência da Sociedade 

            No Brasil o processo de formação de pensamento sociológico seguiu as linhas do desenvolvimento do capitalismo e a situação colônia, herança da cultura jesuíta. Esta cultura européia de ordem religiosa (jesuíta) estabeleceu o monopólio sobre a educação, pensamento culto e produção artística.
            Os jesuítas promovem a universalização de uma “língua geral”, e introduzem a exploração do trabalho indígena, combinando o ensino religioso, desta forma aniquilando a cultura nativa. De maneira que esta cultura religiosa foi o principal meio de colonização.
            A administração e esta cultura subordinavam a colônia ao interesse de Portugal e da igreja, surgindo como efeito desta subordinação a aniquilação desta cultura indígena, submetendo a distinção das camadas cultas, entre o saber e o trabalho braçal. Durante muitos séculos esta distinção na cultura do Brasil, no caráter ilustrado de distinção social e dominação.
            A cultura e as classes intermediariam no século XVIII, surge a mineração trazendo consigo transformando nas classes sociais. Em minas gerais houve a maior concentração da urbanização apoiado ao comercio de exportação, desta maneira alterando a sociedade colônia. Assim surge novas ocupações como: comerciantes, artífices, criadores de animais, funcionário da administração entre outros.
            O período da mineração apresenta como característica o crescimento da chamada população livre, que por sua vez era mais numerosa que a escrava. Esta população é a maior consumidora da erudição da cultura européia.
            Em 1750 o seminário Mariana, em minas gerais, é fundado formando letrados entre: padres, funcionários civis, militares e comerciantes. Já de maneira que o saber erudito predominava.
A cultura da corte  e o século XIX
            Em 1808 transferiu ao Brasil a corte Joanina, introduzindo na colônia  a cultura Portuguesa, criando a Academia de Belas-Artes, imprensa, é lançado o primeiro jornal, organiza-se a primeira biblioteca e cursos superiores, rompendo em partes os laços com a cultura Escolástica e literatura existente. Esta cultura descreve a colônia por meio de estudos que recebem o nome genérico de historia natural. Apesar da praticidade, continuava como uma cultura alienada, o diploma competia em importância com o titulo de propriedade da terra.
Uma cultura de cunho filosófica e humanitária, exercida principalmente por jornalistas, professores, proprietários de terras entre outros. O distanciamento da classe culta redundava sempre numa contradição: A atividade intelectual critica, de inspiração liberal, dependia ainda da sociedade colonial e escravocrata.
Após 1870, devido a pressão ocorrida na Europa, mudanças irrompem na sociedade brasileira, o crescimento populacional, a produção cafeeira, a implantação das primeiras ferrovias; estes ciclos econômicos decadentes provocam a imergência do pensamento critico. Agregando a isso em 1874 surge um lento desenvolvimento cientifico.
O advento da burguesia
            O desenvolvimento das atividades comerciais e a expansão capitalista, aliada a formação da burguesia revolucionam o modo de pensar. Esta classe social necessita de um saber pragmático, capaz de transformar a antiga colônia em uma nação capitalista. Tem-se ai a necessidade de romper com a herança cultural, combatendo a analfabetismo, homogeneizando, os valores dos discursos, criando um patriotismo para a real reestruturação social. A primeira Guerra Mundial e a crise trazem um forte crescimento no poder econômico e político.
A geração dos 30
            A sociologia como conhecimento sistemático surge no Brasil na década de 30, devido ao interesses pela descoberta do Brasil verdadeiro, em oposição ao Brasil colonizado. Também o desenvolvimento do nacionalismo, como sentimento de unir diversas camadas sociais. Atribuído a isso em 1932 e fundado a Escola livre de Sociologia e Política, da Faculdade de filosofia, Ciências e Letras de São Paulo.  Surgem nesta geração denominada geração de 30 os seguintes intelectuais: Caio Prado Junior que iniciou seus estudos a partir de uma historio grama de caráter social. Sergio Buarque de Hollanda iniciou sua produção intelectual voltado para à critica literária e critica cultural. Fernando Azevedo representava a intelectualidade e ao mesmo tempo era aristocrata e humanista. Gilberto Freire foi em Pernambuco o representante do pensamento desta época. O desenvolvimento da sociologia ocorre juntamente com a industrialização e a centralização do poder pelo Estado Novo.
O integralismo e a intelectualidade de direita
            O movimento intelectual da década de 30 não trouxe apenas pensadores de influencia marxista ou liberal, mas também os de direitas, ideólogos do integralismo. Outro movimento cultural conservador foi encabeçado pela igreja católica, o chamado Renascimento católico, que apresentou como seu porta voz Alceu amoroso Lima e Jackson de Figueiredo.
A década de 40
            A segunda Guerra Mundial foi à responsável pela emergência e consagração americana e a então URSS como potencia mundiais, ao fim da Guerra selam acordo dividindo áreas de influencia soviéticas e norte-americanas, dividindo o mundo em dois blocos político-econômicos rivais e inconciliáveis. O pensamento sociológico pós-Estado novo reflete as questões das novas e antigas nações.
A industrialização transforma radicalmente as relações sociais. O trabalho agrícola perdia sua importância em relação ao industrial.
Na década de 40, os países  adquiriam consciência de sua complexidade e de sua particularidade. Surgiram também nesta década os chamados “cronistas viajantes”, assim eram chamados os intelectuais que começavam a se interessar pela realidade brasileira.
Década de 50
            Florestan Fernandes e Celso Furtado são considerados os mais importantes pensadores desta época. Fernandes foi discípulo de Fernando de Azevedo e Roger Bastide, e unia a teoria a pratica. Já Celso Furtado foi o grande inovador do pensamento econômico, não só do Brasil como em todo a America latina.
Ate Celso Furtado o pensamento econômico do Brasil valia-se apenas de esquemas interpretativos abstratos e aristóricos. Furtado dirigiu a elaboração do Plano Trienal De Desenvolvimento Econômico e social em 1962.
O Golpe de 64
            Entre os anos 40 e 60 , a sociologia produziu inúmeros trabalhos denunciando as desigualdades sociais e as relações de domínio e opressão interna e externas. Assim o mais diverso estudo buscava a conscientização da população e a luta pelo desenvolvimento democrático. 1964 o golpe militar implantou a nova ditadura no Brasil trazendo o capitalismo como ideologia, e o apoio ao capitalismo norte-americano.
As ciências sociais pós-64
            Em meados dos anos 80 surgem antigas alianças, fundando novos partidos políticos, muitos cientistas sociais decidem deixar a cátedra para enguiçarem nestes partidos, o PT foi o mais beneficiado com essa agregação. Floretan Fernandes, Antonio Candido e Mello e Souza e Frascisco Weffort foram alguns dos nomes mais influentes a ingressarem nesta luta política. Fernando Henrique Cardoso também e um dos sociólogos importantes desta época a fundarem um partido, o de Cardoso e o PSDB.
Enquanto outras áreas das ciências humanas adquirem grandes prestigio, como a economia, com a elaboração de modelos integrados de analise da sociedade e formas de intervenção.
“A sociologia, torna-se no Brasil, cada vez mais Interdisciplinar e plural”

Gilson Camargo

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